segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Evangélicos, gays, e o inferno. Um texto do escritor e jornalista Marcelo Carneiro da Cunha.


Na minha visão do inferno, estimados leitores, o calor é porto-alegrense, a comida é de bufê por quilo, a música se alterna entre o sertanejo universitário, o axé e um mix dos melhores momentos de Los Hermanos e Legião Urbana. A melhor parte é que as únicas opções de conversa são o Silas Malafaia, a Benedita da Silva, o Magno Malta e Anthony Garotinho.

Assim é o inferno, lugar tão dantesco que o diabo mesmo se mandou, após uma candidatura bem sucedida ao Senado pelo PR de qualquer estado. O inferno é o lugar para onde os evangélicos acreditam que eu, você, o senhor aqui ao lado, todos vão, se forem gays. Evangélicos sentem muito, muito medo dos gays. 

Os nazistas também sentiam muito medo dos judeus. Os turcos sentiam muito medo dos armênios. Os brancos do sul dos Estados Unidos sentiam muito, muito medo dos negros. Os hutu tinham muito medo dos tutsi. Os fundamentalistas islâmicos morrem de medo das mulheres, dos adúlteros, ah, e dos gays. Os brancos têm muito medo dos indígenas. Os destros sentem medo dos canhotos. Os japoneses já tiveram medo dos coreanos e chineses, assim como os israelenses não atravessam a rua se do outro lado vier um palestino, e, nesse caso, ao que parece, o medo é recíproco. 

Magno Malta, que sim, é um senador da República, além dos bicos que faz de papagaio de pirata da Dilma, tem medo de que o Brasil vire um império gay. 

O inferno, caros leitores, é o lugar criado especialmente para se armazenar os nossos medos, todos eles. Os medrosos nada mais querem do que transformar a vida de todos em um inferno. A tal de frente evangélica quer transformar a nossa vida em um inferno, tudo graças ao medo. 

Quem é mediado pelo medo não é capaz de dar um passo em direção ao que não conheça. E quem é ignorante, tem medo de tudo, exatamente por ser ignorante. Quem, além de ignorante, recebe uma bíblia e todas as certezas do mundo, sente o seu medo se transformar em ódio e intolerância. E é isso que vivemos, graças a esses representantes do pior, instalados de maneira muito equivocada em um parlamento democrático. 

A democracia, ora vejam, caros leitores, não é simplesmente o sistema que representa a maioria. A democracia se define por ser o sistema que defende os interesses de todos. Ela preserva, acima de tudo, os direitos das minorias. As maiorias não precisam tanto assim de proteção, concordam? 

O nosso sistema democrático está sendo ameaçado por gente que não acredita em direitos dos demais, porque, na sua ignorância total e totalitária, se acredita dona da razão. Isso seria engraçado, se não fosse aqui e agora. Gente que vive na mais completa ignorância se achando dona da razão, algo de que abdicaram em troca das suas certezas. O que, mas o que mesmo, gente do calibre de um Garotinho, de uma Benedita, de um Magno Malta, podem ter a acrescentar ao que quer que valha a pena ver e ouvir? 

Eles vêm nos dizer que aqui, diferentemente do Irã, existem gays e eles são o mal. O que você acha disso, nobre leitor? Você acha que o mal é culpa dos gays? Ou dos judeus, dos palestinos, dos negros, dos indígenas, dos tutsis, das mulheres, dos coreanos, dos chineses, dos canhotos, dos armênios ou dos Carneiro da Cunha? O mal é frequentemente praticado por gente ruim. Olhe a foto de um Jean Wyllys, e então olhe a foto de um Malafaia, de um Garotinho, de um Magno Malta ou de um Wellington Jr. Quem lhe parece mais capaz de fazer maldades com a mais total tranquilidade? 

A nossa Constituição é o nosso maior e melhor documento anti-inferno. Ela diz que somos todos iguais perante o estado e a lei. Olhem bem: todos. Até mesmo o Malta e Garotinho, até mesmo esses seres desdotados da mínima capacidade de leitura do que não for uma velha e inútil bíblia, se estamos em uma república laica. Todos, todos iguais. 

Eu não acho que os Malafaia, Garotinho, Malta ou Benedita sejam iguais a mim, porque eu acredito na igualdade e eles não. Eu acredito na bondade e eles não. Tanto eles não acreditam na bondade, que não aceitam a lei que torna a homofobia um crime. Se eles não querem a lei, é porque querem manter o direito de praticar a odiosa homofobia, como fazem nas suas seitas. Querem o direito equivalente ao direito de praticar o racismo, a discriminação e o sexismo, que não existe. 

Eles querem, basicamente, que o nosso mundo se transforme num inferno sobre a Terra. Normalmente, eu não acredito no inferno. Olhar para eles me faz acreditar, se não na sua existência, então na sua possibilidade. Eu não quero que essa possibilidade seja vencedora. Existe muita beleza em toda parte, nesse mundo de tantas partes. Se eles não vêem, nós vemos. E, quem vê, ora vejam, vence. 

Marcelo Carneiro da Cunha
Escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem "O Branco", premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos "Simples" e o romance "O Nosso Juiz", pela editora Record. Acaba de escrever o romance "Depois do Sexo", que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances "Insônia" e "Antes que o Mundo Acabe", publicados pela editora Projeto.

Fonte: Terra Magazine

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Presidente dos EUA, Barack Obama, põe direitos dos gays no centro da política externa


Presidente dos EUA instruiu organismos no exterior sobre como agir.
Ele se diz 'profundamente preocupado' com violência e discriminação.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, determinou nesta terça-feira (6) que os direitos dos gays, lésbicas e transexuais estejam no centro da política externa em todos os órgãos governamentais, inclusive os de cooperação e distribuição da ajuda.
"Neste memorando, estou instruindo a todos os organismos no exterior a garantir que a diplomacia americana e a ajuda externa promovam e protejam os direitos humanos dos gays, lésbicas, bissexuais e transexuais", declarou Obama.
Nessa comunicação diplomática, o presidente condenou as leis que penalizam estes cidadãos, as agressões aos que participam das comemorações pacíficas do Orgulho Gay e os assassinatos de pessoas por sua orientação sexual.
"Estou profundamente preocupado com a violência e a discriminação dirigida a lésbicas, gays, bissexuais e transexuais em todo o mundo", disse.
Casa Branca emitiu o memorando antes de um discurso sobre o tema da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, na sede da ONU em Genebra.
"Agredir ou matar por causa da orientação sexual ou porque alguém não se ajusta a normas culturais sobre a aparência ou o comportamento que deveriam ter homens e mulheres constitui uma violação dos direitos humanos", declarou Hillary. "Ser homossexual não é uma invenção ocidental, é uma realidade humana", acrescentou.
Segundo ela, os Estados Unidos destinarão três milhões de dólares para apoiar a luta contra a homofobia no mundo. A quantia será usada para lançar o Fundo Mundial para a Igualdade, com o objetivo de apoiar organizações da sociedade civil que lutem pelos direitos homossexuais e transexuais.
Obama pediu às agências governamentais para lutar contra a criminalização das atividades dos homossexuais no exterior e combater a discriminação, a homofobia e a intolerância.
O presidente instruiu as agências de ajuda no exterior e desenvolvimento a se comprometer com os governos e com os grupos da sociedade civil no exterior para "fomentar o respeito aos direitos humanos dos homossexuais".
Também ordenou ações rápidas e significativas para responder às violações dos direitos humanos perpetrados contra homossexuais por parte dos governos estrangeiros e solicitou a todos os organismos a redação de um relatório anual sobre o avanço dessas iniciativas.
Obama tomou várias medidas políticas para agradar ativistas dos direitos sexuais, um grupo chave entre os votantes do Partido Democrata, entre elas a anulação definitiva do tabu gay no exército, pondo fim a uma lei que impedia os homossexuais de declararem a sua orientação sexual.
Os ativistas também estão pressionando o presidente para que apóie o casamento gay, mas Obama só disse que sua posição sobre o tema está evoluindo. o Presidente deu ordem ao Governo federal para que não defendesse uma lei que define o casamento como algo que se só pode acontecer entre um homem e uma mulher.





terça-feira, 6 de dezembro de 2011

ABEH divulga programação e chamada de trabalhos para VI Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero

A diretoria da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH) divulgou a primeira versão da programação, as ementas dos eixos temáticos e a composição da comissão científica do VI Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero da ABEH, que será realizado nos dias 1º, 2 e 3 de agosto de 2012, na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, Bahia Brasil.

O tema do evento é Memórias, rumos e perspectivas dos estudos sobre a diversidade sexual e de gênero. As pessoas interessadas em apresentar trabalhos no congresso deverão enviar os resumos das propostas diretamente para os eixos, através do sitewww.abeh.ufba.br (novas informações serão postadas no www.abeh.org.br ). A submissão deverá ocorrer de 1º de fevereiro a 31 de março de 2012. Confira a programação, as ementas do eixos e quem faz parte da comissão científica.

PROGRAMA GERAL

1º de agosto de 2012

15h – Credenciamento
17h – Abertura oficial
18h às 20h – Mesa 1 – Apontamentos críticos sobre os estudos da diversidade sexual e de gênero
Conferência de Jack Halberstam (Estados Unidos – confirmado)
20h – Lançamento de livros, programação cultural e confraternização

2 de agosto de 2012

8h30 às 12h – Mesa 2 – Dos pioneiros aos dias atuais: a trajetória e desafios dos estudos sobre a diversidade sexual e de gênero no Brasil
Participantes confirmados: Sérgio Carrara (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Mário Lugarinho (Universidade de São Paulo), Tânia Swain (Universidade de Brasília) e Berenice Bento (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
14h às 16h – Apresentação de trabalhos
16h – Intervalo
16h30 às 18h30 – Apresentação de trabalhos
18h30 às 19h – Apresentação cultural
19h às 21h30 – Mesa 3 – Uma avaliação dos estudos sobre a diversidade sexual e de gênero na América Latina hoje
Participantes confirmados: Mauro Cabral (Argentina) e Antônio Marquet (México) e Guilherme Almeida (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
22h – Programação cultural

3 de agosto de 2012

8h30 às 12h – Mesa 4 – Estudos e políticas para a diversidade sexual e de gênero: colaborações e tensões
Participantes confirmados: Ana Cristina Santos (Universidade de Coimbra – Portugal), Elisabeth Vasquez (Movimento Trans do Equador), Rafael de la Dehasa (Universidade de Nova York – Estados Unidos) e Luiz Mello (Universidade Federal de Goiás).
14h às 16h – Apresentação de trabalhos
16h – Intervalo
16h30 às 18h30 – Apresentação de trabalhos
19h – Assembleia geral da Abeh e eleição de nova diretoria
21h – Programação cultural e confraternização de encerramento

Eixos temáticos

Artes
Aceita trabalhos que discutam tradição e contemporaneidade na representação do homoerotismo; poéticas e estéticas, corporalidades e sexualidades no cinema, dramaturgia, dança, encenação, artes visuais, performance, moda e intervenção urbana.

Comunicação
Aceita trabalhos que tratem das relações entre as variadas mídias – televisão, jornais, revistas, rádio, cinema e internet – e a diversidade sexual e de gênero, e como essas mídias têm marcado posições de sujeitos a partir de categorias de diferenciação e da intersecção entre gênero, sexualidade, raça/cor e outros marcadores sociais. Também contempla trabalhos que abordem as relações entre os movimentos sociais, as políticas identitárias e/ou pós-identitárias e a comunicação.

Educação
Acolhe trabalhos que discutam as questões de diversidade sexual e de pluralidade de expressões de gênero na sua relação com processos pedagógicos de múltiplos tipos, em particular as pedagogias de produção das masculinidades e das feminilidades, assim como as pedagogias de produção dos corpos e das sexualidades. Estimula-se que os trabalhos tomem como temáticas as memórias, os rumos, as tensões e as perspectivas dos movimentos LGBT, das instituições escolares, dos produtos da mídia, das políticas públicas e das instituições de formação de professores e professoras. A interface destes temas com outros movimentos sociais que tomem como questão política as relações de gênero e a(s) sexualidade(s), no Brasil ou no cenário internacional, também fazem parte do escopo deste eixo.

Histórias, sociabilidades e etnografias
Reúne trabalhos que reflitam como as práticas e representações sobre as sexualidades, os corpos e as relações de gênero são vivenciadas nos processos históricos, contingentes, estruturais e estruturantes. É considerado de especial interesse o debate sobre interseccionalidades e articulações entre gênero, raça/etnia, sexualidade, quer seja na perspectiva local, quer seja nos processos migratórios, quer seja no mercado do sexo.

Literatura
Acolhe a história da literatura gay no Brasil. Retratos da ficção e da poesia nos tempos modernos e na atualidade sobre as identidades gays em histórias, memórias e recepções. Estudos críticos e teóricos que permitam aferir os paradigmas e as desconstruções entre o estético e os contextos regentes. Expressões homoculturais latino-americanas, estadunidenses, na Europa e na região anglo-saxã em textualidades do literário: diálogos, representações e a cultura queer.

Políticas: convergências/dissidências/encaixes/desencaixes
Busca tematizar e problematizar dois grandes conjuntos de processos e questões. O primeiro diz respeito às múltiplas interseções entre Estado, corpo, identidade e constituição de sujeitos políticos, cobrindo aspectos tais como: regulação/disciplinamento Vs. liberdade/autonomia; políticas identitárias/identidades políticas e governo das diferenças e políticas de gestão da vida; políticas sexuais como globalidades e localidades; políticas para além do Estado (ou seja, para além das leis e das instituições formais), estados de exceção, bem como formações hegemônicas e antagonismos plurais contemporâneos. O segundo conjunto se refere ao avesso das políticas sexuais, ou seja, o âmbito das tensões que se desenrolam no interior das fronteiras da própria política sexual. Esse segundo eixo deve cobrir temas como: os desencontros e conflitos entre pautas identitárias, divergências epistemológicas, adesão e dissidência frente a formação dos discursos políticos (científicos e/ou governamentais) acerca das sexualidades ou mesmo re-definições nos terrenos da ética, do reconhecimento ou mesmo da inteligibilidade a partir das prescrições das sexualidades e dos gêneros e suas contestações.

Religiões
Busca discutir as religiões e as suas relações com a diversidade sexual e o gênero desde uma perspectiva interdisciplinar e interreligiosa, através de pesquisas que investiguem de que forma os discursos e práticas religiosas das instituições religiosas atuam na compreensão e configuração das identidades e papéis sexuais e de gênero, bem como a relação entre essas questões e o fenômeno religioso vivido na realidade brasileira de forma mais ampla. Encoraja-se a inscrição de trabalhos de tradições religiosas não-cristãs, bem como estudos que reflitam sobre práticas religiosas construídas a partir de práticas não-heteronormativas.

Saúde
Acolhe trabalhos sobre saúde, cidadania e direitos sexuais de LGBTTTI. Políticas públicas e acesso ao sistema de saúde. Vulnerabilidades, formas de discriminação, violência e modos de vida de LGBTTTI. Corpos, prazeres, subjetividades e o problema da medicalização da vida.

Subjetividades
Acolhe trabalhos que explorem articulações entre os registros do sujeito e da sexualidade, tendo como foco as formas da experiência subjetiva na contemporaneidade e a investigação das suas condições de possibilidade e dos seus limites, em especial na medida em que tal investigação coloque em questão modelos hegemônicos de codificação e normatização das relações entre sujeito, sexo e verdade. Serão priorizados trabalhos que tomem como ponto de partida experiências da diversidade sexual vinculadas à realidade brasileira e suas condições sócio-históricas.

Direitos
Acolhe trabalhos no campo jurídico e das ciências sociais e antropologia que tragam reflexões sobre reconhecimento e distribuição de direitos, estratégias alternativas do alcance dos mesmos em relação à articulação entre movimentos sociais e Estado, bem como estudos e/ou relatos de experiências de instituições ligadas à efetivação de direitos sexuais como, por exemplo, os centros de referência em diretos humanos voltados à LGBT, entre outras iniciativas.

Comissão científica
André Sidnei Musskopf (Faculdades EST)
Antônio de Pádua (UEPB)
Állex Leilla (UEFS)
Claudia Mayorga (UFMG)
Djalma Thürler (UFBA)
Durval Muniz de Albuquerque Jr. (UFRN)
Eduardo Leal Cunha (UFS)
Emerson Inácio (USP)
Ernani Pinheiro Chaves (UFPA)
Fábio Camargo (UNIMONTES)
Fernando Pocahy (NIGS/UFSC)
Fernando Seffner (UFRGS)
Gisele Nussbaumer (UFBA)
Henrique Caetano Nardi (UFRGS)
Iara Beleli (Unicamp)
Juliana Perucchi (UFJF)
Leandro Colling (UFBA)
Larissa Pelúcio (Unesp)
Laura Moutinho (USP)
Luís Augusto Vasconcelos da Silva (UFBA)
Luis Felipe Rios do Nascimento (UFPE)
Marcelo Tavares Natividade (UFC)
Marco Aurélio Máximo Prado (UFMG)
Maria Thereza Ávila Dantas Coelho (UFBA)
Maurício Bragança (UFF)
Nádia Nogueira
Paula Sandrine Machado (UFRGS)
Paulo César García (UNEB)
Roberto Marques (URCA)
Rogério Diniz Junqueira (MEC/INEP)
Roger Raupp Rios (Ritter dos Reis)
Sandra Duarte de Souza (Universidade Metodista de São Paulo)
Sonia Corrêa (Observatório de Sexualidade e Política)
Suely Messeder (UNEB)
Wiliam Siqueira Peres (Unesp)
Wilton Garcia (UBC)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

01 de Dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids


01 de Dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids

O dia 1 de dezembro foi internacionalmente instituído como o Dia Mundial de Combate à Aids e é quando o mundo une forças para a conscientização sobre essa doença. Desde o final dos anos de 1980, tal dia vigora no calendário de milhões de pessoas ao redor do mundo.

 A comunidade internacional fez na última década avanços extraordinários no combate à Aids, mas a atual escassez de verbas ameaça reverter esses progressos, disseram agências de saúde da ONU nesta quarta-feira. Um relatório preparado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por outras agências, para ser divulgado por ocasião do Dia Mundial de Combate à Aids, em 1º de dezembro, disse que atualmente há 34 milhões de pessoas no mundo contaminadas pelo vírus HIV, que causa a doença. 

Dados divulgados na semana passada num estudo da Unaids (agência da ONU para o combate à doença) e no novo relatório desta quarta-feira mostram que o número de novas infecções pelo HIV caiu de 3,1 milhões em 2001 para 2,7 milhões em 2010. Já o número de pacientes com acesso aos medicamentos passou de apenas 400 mil em 2003 para 6,65 milhões no ano passado. Hirnschall disse que os dados sugerem que a meta da OMS - acabar com as novas contaminações, com as mortes e com o estigma social ligado à doença - poderá "se tornar realidade em um futuro não tão distante". A epidemia, diz o texto, representa um "formidável desafio", mas "a maré está virando". "As ferramentas para conseguir uma geração livre da Aids estão em nossas mãos", afirma o relatório. 

O otimismo, no entanto, é atenuado pela crise que assola o Fundo Global para a Luta Contra a Aids, Tuberculose e Malária, instituição mista (pública-privada) que é a maior patrocinadora mundial de programas de prevenção e tratamento do HIV. Na semana passada, o Fundo disse estar cancelando novas verbas para governos nacionais, e que novas concessões só serão feitas a partir de 2014. 

De acordo com o relatório da ONU, o total de verbas destinadas ao combate à Aids caiu de 15,9 bilhões de dólares em 2009 para 15 bilhões de dólares em 2010. As agências calculam que, para 2015, o mundo precisaria de 22 a 24 bilhões de dólares para realizar ações abrangentes e eficazes contra a epidemia. 

Em entrevista à Reuters em Londres, Gottfried Hirnschall, diretor da OMS para questões do HIV/Aids, disse que este é um momento crucial na luta contra a doença, aproveitando os avanços na redução de novas infecções e na distribuição de medicamentos aos pacientes. Estudos divulgados nos últimos meses mostram que a agilidade no tratamento de novos pacientes é capaz de reduzir o ritmo de difusão do vírus nas populações. 

"Este é realmente um ano animador, porque estamos vendo uma tendência de queda nessas áreas onde queremos ver tendências de queda - nas novas infecções e na mortalidade -, e estamos vendo tendências de alta onde gostaríamos de vê-las, principalmente nos índices de cobertura (dos tratamentos)", disse Hirnschall

No Brasil

Fonte: CLAM – Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (Publicada em: 30/11/2011)

O Ministério da Saúde brasileiro divulgou esta semana dados sobre a AIDS no Brasil, em função do dia mundial de combate à doença (1/12). O perfil da epidemia mostra que a doença tem aumentado entre jovens gays. Em 1998, para cada 12 gays infectados com HIV havia 10 heterossexuais contaminados. De acordo com os dados atuais, essa proporção chegou a 16 gays para cada 10 heterossexuais. A pesquisa indicou uma estabilização da epidemia e o aumento das transmissões do HIV em relações heterossexuais.

Os números demonstram que há uma dificuldade dos governos e da sociedade civil em lidar com a questão, situação que se justifica, segundo o coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), Veriano Terto, por causa de barreiras morais e preconceituosas que impedem a aplicação plena de políticas de prevenção.

Doutor em Saúde Coletiva pela UERJ, Veriano Terto acredita que a prevenção ao HIV torna-se ainda mais difícil em função do que chama de “um olhar paternalista e monolítico” sobre os jovens, que enxerga essa população como se não houvesse diferenças e desigualdades internas.
Em entrevista ao CLAM, o coordenador da ABIA comenta os números da pesquisa do Ministério da Saúde e faz uma reflexão sobre o descompasso na compreensão do direito à saúde no marco dos Direitos Humanos.

Nos últimos anos, o Ministério da Saúde tem concentrado suas campanhas na população jovem e gay. A pesquisa mostra, no entanto, que para cada 16 homens gays com HIV existem 10 heterossexuais infectados. Em 1998, eram 12 gays para 10 heterossexuais. Como entender esse aumento apesar do enfoque do Ministério sobre o segmento?
 
O crescimento da AIDS entre homens que fazem sexo com homens (HSH) é geral, independentemente do crescimento ou da diminuição da doença entre outras populações. Isso reflete a dificuldade do governo e da sociedade civil em lidar com a questão, sobretudo por causa de valores morais e preconceituosos que dificultam a aplicação de políticas.

Por exemplo, o kit anti-homofobia, material didático produzido por equipe capacitada e especializada que seria distribuído em escolas, foi vetado pela presidente Dilma Rousseff em meados do ano diante da pressão de parlamentares da sua base de apoio ligados à religião. É um exemplo de como a discussão sobre sexualidade e juventude é espinhosa, seja na escola, seja no âmbito público.

É uma situação em que preconceito, conservadorismo e olhares religiosos se articulam para dificultar a implementação dessas iniciativas. A atuação de setores religiosos também reforça o poder deles e dá mais vigor à capacidade de negociação e barganha nas esferas políticas. É um processo que prejudica a prevenção da Aids. No Brasil, temos um arcabouço qualificado, teorias de prevenção, política de distribuição de medicamentos e, no entanto, convivemos com esses números elevados que resultam, em boa medida, do preconceito que dificulta o controle da transmissão do HIV.

Por que essa dificuldade em lidar com a população jovem?
 
Há um olhar geral da sociedade que acha necessário uma relação paternalista com os jovens. Como se eles não tivessem autonomia e discernimento para lidar com suas vidas sexuais. Assim, fica difícil a discussão e a implementação de políticas para uma população cujos direitos sexuais parecem não ter legitimidade ou aceitação.

Além disso, há também um olhar monolítico sobre os jovens, como se todos fossem iguais. Não são. Há inúmeras diferenças. Existem jovens negros, pobres, brancos, ricos, trabalhadores, desempregados, estudantes, com filhos, solteiros, entre tantas outras possibilidades. Negar essa diversidade significa ainda encobrir desigualdades raciais, de renda, de estudo, de gênero e de orientação sexual que posicionam os jovens em relações hierárquicas de poder. Há desigualdades entre os jovens. Não podemos negar isso. A discussão tem que ter como fio condutor essa noção de diversidade que há entre eles.

O surgimento da epidemia da Aids provocou um intenso debate em torno dos comportamentos sexuais, alertando para riscos e para formas de prevenção. O que os números atuais podem dizer sobre o comportamento sexual dos brasileiros, passadas quatro décadas desde o surgimento da doença no cenário mundial?
 
Os comportamentos sexuais são variados. Atualmente, temos mais informação e mais instrumentos de controle e tratamento. No entanto, a sexualidade das pessoas é diversa e a abordagem dessa diversidade muitas vezes se complica.

Uso como exemplo dados da ABIA, de 2007 e 2008, que mostram as relações intergeracionais. Notamos que é comum o relacionamento entre homens jovens e gays com homens mais velhos. Penso que a discussão sobre o comportamento sexual esbarra em valores morais que recriminam, nesse caso, a relação entre pessoas com grande diferença de idade. Se já é um tabu discutirmos relações intergeracionais heterossexuais, imagine no universo gay.

Acredito que o discernimento sobre o comportamento sexual e a exposição aos riscos existe. Mas novamente somos impedidos por uma barreira moral de discutir essas questões.

O aumento de casos de AIDS entre mulheres com mais de 50 anos se insere nesse contexto?
 
Sim. Tocar nesse assunto é uma tarefa também espinhosa. Basta notar que a própria existência de dados sobre essa faixa etária, meia-idade e terceira idade, é escassa. Não por acaso, temos os dados quantitativos, isto é, o aumento dos casos de contaminação dessas mulheres. Mas não temos ideia se, de fato, há um crescimento real da contaminação dessas mulheres nos dias atuais ou se isso é fruto do maior acesso aos testes de diagnóstico que detectam o HIV contraído há vários anos. Por isso, a discussão sobre comportamento sexual é complexa e depende de vários aspectos que envolvem políticas de saúde, questões de geração, gênero, raça, entre outros. São lacunas que precisam ser discutias e que têm implicações no planejamento e nas ações de prevenção.

Há poucos dias, foi divulgado que o Ministério da Saúde iria diminuir a verba da campanha do Dia Mundial de Prevenção da AIDS de R$ 6,5 milhões para R$ 1,5 milhão, e que a campanha seria submetida ao crivo da Frente Parlamentar da Família. O governo recuou e negou que isso aconteceria. Qual o impacto que uma proposta como essa teria?
 
Seria um retrocesso enorme, principalmente porque o HIV está concentrado entre homossexuais, prostitutas e usuários de drogas injetáveis. Seria um perigo colocar a campanha sob o crivo de uma bancada parlamentar controlada por evangélicos.

Mas isso mostra como é importante o controle social sobre o planejamento e a execução das campanhas e das políticas de saúde em geral. A sociedade civil precisa estar incluída e ser um ator determinante nas questões da AIDS, sob o risco constante desse tipo de ameaça, felizmente, por ora, negada pelo Ministro da Saúde.

Qual a sua avaliação sobre a estratégia de prevenção da Aids das campanhas do governo brasileiro?
 
A mensagem principal de prevenção tem que ser repensada. O foco tem sido prioritariamente o uso da camisinha. No entanto, é necessário ampliar para outras questões. Existem profilaxias pré e pós contato com o HIV; existem procedimentos, como a circuncisão, que dificultam a contaminação pelo vírus.

Tais recursos precisam estar ao alcance de todos. Não são privilégios ou ações de luxo. Constituem um direito. Com o aprimoramento das pesquisas, formas de prevenção vão aparecendo e elas precisam ser divulgadas e oferecidas à população. Apostar preferencialmente no preservativo não funciona, sobretudo com os jovens.

Podemos falar que a AIDS atualmente assusta menos as pessoas?
 
Não sei se ela assusta menos. Mas é fato que há uma sensação de que a Aids é um problema resolvido, um tema encaminhado, e que deveria haver atenção a outras doenças. É uma ideia equivocada e basta olhar para os números do Ministério da Saúde para se deparar com a gravidade da situação.

O papa Bento XVI afirmou recentemente que a AIDS é um problema ético, o que envolve um julgamento sobre práticas supostamente certas ou erradas que podem levar à contaminação. Acredita que essa ideia ainda é aceita socialmente?
 
Sim, não tenho dúvidas. Não à toa há um preconceito - que remonta desde o início da epidemia – que associa a infecção a comportamentos moralmente condenados. Quem são as vítimas desse preconceito? Homossexuais, prostitutas e usuários de drogas, populações que concentram os casos de Aids.

Infelizmente, para muitos a Aids é resultado de condutas supostamente erradas. O que nos leva a pensar por que pessoas heterossexuais também são vítimas do vírus. A Aids não é um problema ético, é um problema de saúde que envolve outras instâncias, como a educação. São duas áreas em que estamos em déficit com a população gay.

Seria por causa da dificuldade de compreender aspectos da saúde no marco dos direitos humanos?
 
Sim, em muitos aspectos direitos humanos e saúde andam em descompasso. Quando olhamos para outras esferas de direitos, como a união civil, a adoção de crianças e a extensão de benefícios sociais, vemos um Brasil avançando.

No âmbito da saúde, entretanto, direitos são dificultados e negados. Estamos na quarta década da epidemia, e vemos que a concentração da infecção se dá entre jovens gays. Não é um cenário casual. Pelo contrário, mostra como predomina uma visão estigmatizante dessa população, vista como maldita, para quem a saúde seria um privilégio. Avançamos em um campo, mas continuamos parados em outros.

Qual a sua expectativa para os próximos anos em termos de planejamento e execução de políticas de prevenção da Aids?
 
Não sou esperançoso. Vejo uma banalização e uma falta de esforço político para investir na questão da Aids. Menos em relação ao governo federal e mais em relação aos governos estaduais e municipais. Muitas vezes os recursos se perdem por negligência das gestões. Os governos locais parecem não ver a Aids como questão fundamental.
Apesar dos avanços e do reconhecimento mundial do programa de Aids do Brasil, constatáveis pela oferta de testes, pela política de prevenção e tratamento e pela redução da mortalidade, precisamos ampliá-lo para vencer as barreiras burocráticas, aumentar os fundos públicos das ONGs e combater o preconceito que impera.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Liguem 0800 61 22 11 - peçam para votar favorável - PLC122 - pode ir para a sessão agora no dia 08 de dezembro

Pessoal  liguem 0800 61 22 11   e  deixem seu  recado  para os(as)  senadores(as)  que  vocês  conhecem  desta  lista  abaixo, pedindo que  votem favorável ao PLC 122  Lei  Alexandre  Ivo.  Lei  que  criminaliza  a  homofobia  no  Brasil.
Vocês  devem  fazer o cadastro -  É rápido 


Eu  Já  fiz -
 
Fale  qual motivo.  Compartilhe  conosco  como  foi a recepção  no  senado.
 
A comunidade LGBT ganhará a primeira lei no Congresso Nacional, e ninguém perderá nada.
 
Toni Reis
Presidente  da  ABGLT 
PRESIDENTE: Senador Paulo Paim
(10)
VICE-PRESIDENTE: Senadora Ana Rita
(10)
Angela Portela(PT)
Eduardo Suplicy(PT)(21)(31)
Humberto Costa(PT)
Anibal Diniz(PT)(22)(32)(34)
Lídice da Mata(PSB)
Eunício Oliveira(PMDB)
Ricardo Ferraço(PMDB)
Cássio Cunha Lima(PSDB)(14)(30)
Cyro Miranda(PSDB)
José Agripino(DEM)
Vicentinho Alves
Randolfe Rodrigues(11)
Ana Rita(PT)
Marta Suplicy(PT)
Paulo Paim(PT)
Wellington Dias(PT)
Cristovam Buarque(PDT)
Pedro Simon(PMDB)
Eduardo Amorim(PSC)(9)(20)
Garibaldi Alves(PMDB)
João Alberto Souza(25)
Paulo Davim(PV)
Clovis Fecury(DEM)(26)
Mozarildo Cavalcanti(8)
Gim Argello(18)
Marinor Brito
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa - CDH
(1)(2)(3)(4)(5)(6)(7)
Senado Federal
Secretário: Altair Gonçalves Soares
Reunião: terças-feiras, às 12h Plenário nº 2 - ALA NILO COELHO
Tel. da Sala de Reuniao: 3303-2005
Telefones da Secretaria: 3303-4251/3303-2005
Fax: 3303-4646
E-Mail: scomcdh@senado.gov.br
Segundo a assessoria da senadora Marta Suplicy (PT-SP), o novo texto do projeto foi elaborado em um trabalho conjunto com os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e com o presidente da Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ALGBT), Toni Reis.
Agora o projeto está sob análise dos intregrantes da Frente Parlamentar Mista LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), o texto substitui o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, de autoria da ex-deputada lara Bernardi, do qual Marta é relatora.

O que o novo projeto faz é definir "crimes que correspondem a condutas discriminatórias motivadas por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero bem como pune, com maior rigor, atos de violência praticados com a mesma motivação". Um desses crimes seria o de "induzir alguém à prática de violência de qualquer natureza motivado por preconceito de sexo, orientação sexual ou identidade de gênero".

Sobrer Alexandre Ivo:

Jovem vítima de intolerância, o adolescente Alexandre Ivo, 14 anos, assassinado em 21 de junho de 2010, dá nome ao novo projeto anti-homofobia da Senadora Marta Suplicy, a exemplo da Lei Maria da Penha.

Mais informações sobre Alexandre Ivo visite o blog:

http://alexandrevivo.blogspot.com/


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Livro - Retratos do Brasil Homossexual - Fronteiras, Subjetividades e Desejos


A obra “Retratos do Brasil Homossexual – Fronteiras, subjetividades e desejos”, que tem organização do professor da Universidade de São Paulo (USP) Horácio Costa, está dividida em cinco partes: “Homocultura e Direitos Humanos”, “Homocultura e Literatura”, “Homocultura e Arte”, “Universo Trans” e “Pensar ‘Identidades’”. São nomes como Claudia Wonder, João Silvério Trevisan, Maria Berenice Dias, Wilton Garcia e Ferdinando Martins, além dos textos dos espanhóis Pablo Peinado e Fernando Grande Marlaska e do peruano Giuseppe Campuzano – dentre muitos outros (são 35 autores).

Entre os diversos assuntos abordados na obra estão as diferenças entre os movimentos americano e brasileiro na luta pelos direitos homossexuais. O autor discute a diversidade de gêneros, o homoerotismo nas poesias brasileiras, portuguesa e mexicana, o humor e a homofobia, as representações do gay no teatro brasileiro, o tratamento dedicado aos travestis em algumas cidades brasileiras, a trajetória da militância política de gays e lésbicas no País, as práticas sutis de discriminação, os efeitos das chamadas club drugs ¿ substâncias utilizadas principalmente por frequentadores de clubes noturnos e raves para facilitar a interação social ¿ e o papel desempenhado pelos veículos de imprensa destinados ao público gay na construção das diferentes identidades da comunidade homossexual.

Todo esse material começou a ser preparado principalmente durante o IV Congresso da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH), realizado em setembro de 2008, em São Paulo, com o nome do livro, “Retratos do Brasil Homossexual: fronteiras, subjetividades e desejos”. Horácio organizou os artigos por áreas de conhecimento e montou uma enciclopédia com formato diferente do habitual para quem quer saber mais ou começar a saber sobre a diversidade sexual.

São óticas novas, propostas renovadoras de se avaliar a não-heterossexualidade que lançam mão de argumentos baseados em documentos históricos, na Constituição e no bom senso das pessoas. (Clique aqui para comprar o livro).

Em seu artigo, por exemplo, Horácio, ex-presidente da ABEH, abre o livro dizendo que “a contradição do Estado brasileiro torna-se aparente e a ética dá lugar à falsa moral: é em nome dela, e não naquele de sua concepção ideal, que status quo social e legal se erigem. Assim sendo, a aceitação do exercício pleno da homossexualidade como parte das garantias do direito coletivo tem, portanto, o caráter de purgação das distorções éticas do Estado brasileiro em seus fundamentos ideais e o concomitante caráter de sua recuperação moral”.

Título: Retratos do Brasil Homossexual
Subtítulo: Fronteiras, Subjetividades e Desejos
Autor: Horácio Costa
Classificação Autor: Organizador
Editora: Imprensa Oficial
ISBN: 9788570609618
Páginas: 452
Edição: 1
Tipo de capa: BROCHURA
Ano: 2010
Assunto: Ciencias Sociais-Sociologia
Idioma: Português

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marta Suplicy propõe pacote de medidas pró-gays no Senado

Após idas e vindas sobre uma legislação pró-gays, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) apresentou esta semana duas PECs (Propostas de Emenda à Constituição), originárias da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), sobre direitos dos homossexuais. 

Uma das PECs estabelece a licença natalidade, que substitui as licenças maternidade e paternidade por uma só de seis meses, usufruída por qualquer dos pais. Também cria uma licença de 15 dias para os dois, logo após o parto ou a adoção. 

Para Marta, a proposta beneficia não só casais homoafetivos, mas também héteros e pais "solteiros". "A medida é importante porque significa um avanço no direito de todos. Hoje em dia os casais mudaram a forma de criar seus filhos, os pais estão tão presentes quanto as mães", afirma. 

A outra PEC veda a discriminação de gênero, orientação sexual e identidade de gênero. A proposta proíbe, mas não criminaliza a homofobia --um texto especificamente sobre isso está sendo fechado pela senadora com o aval do governo. 

Fechando o pacote, Marta apresentou há algumas semanas dois projetos de lei. Um deles altera o Código Civil para deixar claro que gays podem converter a união estável em casamento. 

O outro projeto de lei apresentado pela senadora autoriza que um transexual mude de nome e sexo nos documentos independentemente da realização de cirurgia, a partir de um diagnóstico médico e psicológico que constate a necessidade de mudança. 

Fonte:
Folha de São Paulo
JOHANNA NUBLAT
NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SAINDO DO ARMÁRIO: Conferência começa a discutir cotas no mercado de trabalho para LGBT

Começa a ser discutido nesta sexta-feira, 25 de novembro, o estabelecimento de cotas no mercado de trabalho para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em uma conferência no Rio de Janeiro. O evento vai durar até o domingo, 27 de novembro, e acontece no Centro da cidade, nos ambientes da Bolsa de Valores e da Procuradoria Geral do Estado.


Entre os temas discutidos também estará o reconhecimento das entidades familiares formadas por casais homoafetivos no que diz respeito aos programas de transferencia de renda, como a Bolsa Família e o Renda Melhor, administrados pelo Governo Federal e Estado do Rio, respectivamente.


Diversos argumentos serão debatidos e as conclusões passarão a integrar a 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT, que acontecerá entre os dias 15 e 18  de dezembro de 2011, na capital Brasília.