terça-feira, 13 de setembro de 2011

Baseado em livro, Filme "Orações para Bobby" leva gays e héteros ao choro

SÉRGIO RIPARDO
colaboração para a Livraria da Folha

"Orações para Bobby" é um dos principais filmes de 2009 sobre o drama de ser gay na adolescência. Quem viu (homossexual ou hétero) costuma se emocionar e até chorar. Um jovem se suicida após se sentir rejeitado pela mãe religiosa. A morte provoca um terremoto na família conservadora, e a história fica mais interessante com os desdobramentos: os parentes ficam se remoendo de culpa até encontrarem um caminho mais digno de superar o trauma.
Baseada em fatos reais, a produção é inspirada no livro "Prayers for Bobby: A Mother's Coming to Terms with the Suicide of Her Gay Son", de Leroy Aarons, sem lançamento em português. O filme foi exibido apenas na TV norte-americana, no canal Lifetime, que pode ser considerado um canal para donas-de-casa.
Mas a internet tornou "Orações para Bobby" um fenômeno. Logo, gays e lésbicas do mundo inteiro baixaram o filme por meio de servidores de arquivo, como Torrent e Megaupload, traduziram legendas e logo se disseminaram blogs e comunidades em redes sociais, como o Orkut, onde com uma simples pesquisa dá para encontrar links para download do filme com legendas em português.
Este é o primeiro filme feito para TV no currículo da atriz Sigourney Weaver, 60, famosa nos anos 80 devido aos filmes da série Alien. Ela interpreta Mary Griffith, a mãe de Bobby, que tenta "curar" o filho gay com a Bíblia e a terapia. Devido a esse papel, ela foi indicada para o Emmy 2009, Oscar da TV, na categoria melhor atriz, mas perdeu para Jessica Lange.
A atuação do jovem suicida ficou a cargo do ator Ryan Kelley, 23, que fez participações em séries de TV como "Smallville" e "Ghost Whisperer". Ele recebeu elogios, e sua carreira vai muito bem, obrigado. Kelley vai ser protagonista do filme "Ben 10: Invasão Alienígena", no papel do jovem super-herói. 

Suicídio entre jovens
 
Antes do sucesso na TV, a história de Bobby já era emblemática para quem estuda a homossexualidade. Para os especialistas, as famílias precisam compreender melhor o assunto, prevenindo tragédias. Famílias de todos os credos e classes sociais ainda encurralam seus filhos gays para quadros de depressão, revolta e desesperança.
Estudos alertam que a taxa de suicídios é explosiva entre jovens homossexuais, principalmente entre efeminados, usuários de álcool e drogas, que não resistem a tanta pressão e angústia.
No livro "A Experiência Homossexual", a psicoterapeuta Marina Castañeda informa que, nos EUA, um em cada três homossexuais tentou se suicidar pelo menos uma vez.
O livro traz explicações e conselhos para gays, suas famílias e terapeutas. A autora relata que a construção da identidade gay dura, em média, 15 anos, ou seja, é um longo período de incerteza que tem um custo afetivo muito elevado.
"Os anos que muitos homossexuais passam se perguntando e explorando sua sexualidade poderiam explicar seu isolamento e sua imaturidade em certos campos. Em inúmeros casos passaram boa parte de sua juventude em conflitos internos ou em relações problemáticas, engajados na difícil tarefa de compreender a sua identidade sexual", escreve Castañeda. 

"A Experiência Homossexual"
Autora: Marina Castañeda
Editora: A Girafa
Páginas: 328
Quanto: R$ 47
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

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