segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Grupo de Pais de Homossexuais (GPH) - referência no âmbito das famílias de jovens gays do Brasil.

  HISTÓRICO:

O GPH - Grupo de Pais de Homossexuais foi a primeira ONG brasileira fundada para acolher pais que desconfiam ter ou têm filhos homossexuais.
Foi fundado com intuito de suprir a falta de um ambiente seguro e acolhedor onde pais e mães pudessem trocar informações e experiências sobre seus filhos e, se for o caso, solidarizarem-se durante o difícil processo de aceitação. Além disso, sabemos que pessoas com a mesma questão pra resolver se sentem mais fortalecidas quando conversam entre iguais.

Características do GPH
- É administrado por Edith Modesto, atual presidente da ONG. Atualmente conta com 6 mães facilitadoras: São Paulo, capital, Bragança Paulista (SP), Minas, Rio, Santa Catarina/Paraná.
- É exclusivo para pais e mães de homossexuais
- Tudo o que é falado no grupo é absolutamente confidencial
- É um grupo de acolhimento e ajuda-mútua.
- Religião e política são assuntos aceitos no grupo, somente quando o foco é a diversidade sexual.

Sobre a fundadora:

Edith Modesto é escritora, professora universitária e pesquisadora, mestra e doutora em Semiótica francesa pela USP, terapeuta, especialista em diversidade sexual e questões de gênero e escritora de livros de ficção juvenil para 5 editoras.
Em 1992, descobriu que o caçula de seus sete filhos (seis homens e uma mulher) é homossexual. Desesperada, sentindo-se muito só e completamente ignorante sobre a questão, ela procurou outra mãe como ela para conversar e não encontrou.
 Em 1997, Dra. Edith começou sua pesquisa sobre "diversidade de orientação sexual" e formou um pequeno grupo de mães de homossexuais, também para que outras mães tivessem o que ela não teve. Até 1999, o grupo não passava de quatro mães, que se encontravam em sua casa.
Em 1999, o grupo virtual foi fundado e o GPH começou a crescer, principalmente porque Edith criou coragem para divulgar sua existência na mídia.
A partir de julho de 2005, o grupo contou com o apoio psicológico voluntário do psicólogo Klecius Borges, o único especialista em terapia afirmativa no Brasil.
Durante esse tempo, sua fundadora tem feito parcerias com vários grupos de militância e com a Prefeitura de São Paulo, principalmente para falar sobre a diversidade sexual para professores da escola pública.
Em julho de 2006, a Editora Record lançou o livro “Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade”, de autoria da fundadora do GPH, livro feito a partir de 89 entrevistas com homens e mulheres homossexuais, de 15 a 62 anos.
Edith Modesto atende pais, mães e seus filhos homossexuais em seu consultório: Rua Álvaro Anes, 65 - Pinheiros - São Paulo - SP (rua em frente à FNAC da Av. Pedroso de Morais).

Confira entrevista dada ao site Dois Terços:

DT: Como tem sido nos últimos tempos a aceitação dos pais ao descobrirem que seu filho é LGBT? Ainda há muitas resistência?
EM: Infelizmente, no primeiro momento, a aceitação dos pais da homossexualidade de seus filhos é ainda muito difícil. Penso que a família é o último reduto de aceitação e ainda demora um pouco para que os pais sintam que ter um filho gay é natural como ter um filho heterossexual, embora os gays sejam em menor número.

DT: Nas comunidades carentes e periferias do Brasil, muitas famílias afirmavam que preferem um filho ladrão a um filho gay. O GPR realizar algum tipo de trabalho com essas famílias?
EM: Justamente trabalhamos com a dificuldade de aceitação dos pais e com a dificuldade de autoaceitação dos jovens homossexuais. O nosso trabalho com pais e com jovens é para unir as famílias.

DT: As mães sempre são mais flexíveis para tratar deste assunto na maioria dos casos. E o pai, como tem se comportado face as cobranças do seu círculo de amigos. E a herança machista da sociedade brasileira?
EM: Geralmente, o processo de aceitação se inicia com as mães. Apesar de suas dificuldades, elas dão o tom da aceitação à família. O processo das mães é mais longo do que dos pais, já que as mães, geralmente, são mais emoção do que razão. Por outro lado, os pais, principalmente de garotos, têm dificuldade, mas, quando vêem que não tem jeito eles aceitam, sem querer conversar mais sobre o assunto.

DT: No mês de outubro, a senhora ganhou o prêmio de melhor tese na Universidade de São Paulo, cujo tema foi o preconceito e a intolerância contra homossexuais. Como a senhora tem visto esses debates dentro da academia? Ainda existem muito professores resistentes ao tema LGBT?
 EM: Na academia, eu não vejo grande dificuldade com o assunto. Mas poucos o tomam como objeto de pesquisa. Além disso, costuma haver no Brasil uma dificuldade de construir uma ponte entre a academia e o social. Foi o que tentei fazer com a minha tese. O corpus veio do meu trabalho de campo com mães e com jovens homossexuais.

DT: Perdi meu filho e não terei um neto – essas são afirmações comuns entre as mães dos gays quando descobre a orientação do filho. O que dizer para essas mães nesses momentos?
EM: Mostramos que, pelo contrário, aquela mãe ganhou um filho, pois ela amava alguém que não era o filho dela, pois amava um jovem heterossexual, etc. Sobre netos, muitos filhos héteros também não nos dão netos. Além disso, muitos gays têm filhos, biológicos ou adotados. Conforme está no meu livro “Mãe sempre sabe?”, essas são fases difíceis do início do processo de aceitação dos pais, mas que vão passar, como as outras fases, porque o amor vence!

Veja aqui onde  encontrar maiores informações sobre o assunto.

Contatos:
(11) 3031 2106 (c/ Edith)
 mães-de-homos@uol.com.br (grupo de pais)




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